
Foi um discurso da mais premiada atriz de Hollywood de todos os tempos.
A mulher que tem mais Óscares e Globos de Ouro do que qualquer um, fez um discurso que mostrou o temor que muitos americanos e o mundo inteiro vive hoje, há poucos dias da posse de Donald Trump na presidência dos EUA. Meryl foi aplaudida com fervor por toda classe artística.
Perfil (Wikiwand)
Mary Louise Streep (Summit, 22 de junho de 1949)[1][2] mais conhecida pelo nome artístico Meryl Streep, é uma atriz norte-americana, reconhecida como uma das mais talentosas de todos os tempos.[3][4][5]
Conhecida como uma das atrizes mais premiadas de todos os tempos, Meryl Streep já recebeu 19 indicações ao Oscar (recorde entre as categorias ligadas a atuação), vencendo três vezes. Também recebeu 29 indicações ao Globo de Ouro, vencendo oito, também um recorde para o prêmio. A atriz também recebeu dois Emmys, dois Screen Actors Guild Awards, o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes e no Festival de Berlim, cinco New York Film Critics Circle Awards, dois BAFTA, dois Australian Film Institute Award, quatro indicações ao Grammy Award e uma indicação Tony Award, entre outros prêmios.
Meryl Streep faz emocionado discurso anti-Trump no Globo de Ouro
Atriz homenageou Hollywood, estrangeiros e a imprensa, “os segmentos mais vilipendiados na sociedade americana neste momento”
Fonte: ZH – Zero Hora
Discurso completo de Meryl Streep (inglês apenas)
Em um dos momentos mais intensos da premiação do Globo de Ouro, neste domingo, Meryl Streep fez um emocionado discurso atacando Donald Trump.
Ao receber o troféu Cecil B. DeMille (prêmio entregue pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood), a atriz prestou homenagem a Hollywood, à imprensa e aos estrangeiros:
– Obrigado, imprensa estrangeira de Hollywood. Vocês, e todos nós nesta sala, pertencemos aos segmentos mais vilipendiados na sociedade americana agora. Pensem nisso: Hollywood, estrangeiros e a imprensa.

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Sem voz, a atriz listou lugares onde uma série de atrizes e atores nasceram – Viola Davis, Sarah Jessica Parker, Natalie Portman, Ryan Gosling, Dev Patel – para justificar a importância de respeitar e receber estrangeiros:
– Hollywood está cheia de forasteiros e estrangeiros. Então, se nós mandarmos todos eles embora, não teremos nada para assistir, a não ser futebol americano e MMA, que não são arte.

Ao defender a relevância do trabalho de atores e atrizes de Hollywood, lembrou que a função do cinema é mostrar realidades distintas. Streep, com lágrimas nos olhos, usou a homenagem para fazer um contraponto com a forma desrespeitosa com que Trump tratou, seguidamente, oposicionistas e minorias:
– A única função de um artista é entrar na vida de pessoas que são diferentes de nós, para que você possa sentir o que elas sentem – disse a atriz, para destacar uma “atuação que não teve nada de bom, mas que fez o público esperado rir e mostrar seus dentes”, referindo-se a quando Donald Trump imitou Serge Kovaleski, um repórter que sofre de artrogripose, uma condição congênita que afeta o movimento das articulações. – Alguém que ele superava em privilégio, poder e capacidade para reagir.

Por fim, a atriz falou sobre o papel da imprensa no processo:
– Nós precisamos da imprensa para fazer os poderosos responderem por seus atos e para repreendê-los por qualquer desrespeito – declarou, antes de citar sua “querida amiga, a princesa Leia”, Carrie Fisher, que faleceu por um infarto no fim de dezembro: – Pegue seu coração partido e o transforme em arte.

Donald Trump responde: “Não fico surpreso”
Logo após o discurso de Meryl Streep, o presidente norte-americano foi ouvido pelo jornal The New York Times e disse que a atriz é “apaixonada por Hillary” e que “não fica surpreso” com as críticas dos “liberais do cinema”.

Meryl Streep comove no Globo de Ouro com discurso crítico a Trump
Fonte: Folha de São Paulo
Em uma cerimônia sem discursos marcantes e politicamente omissa, coube à homenageada da noite, Meryl Streep, dar algum valor histórico à edição de 2017 do Globo de Ouro, na noite de domingo (8), em Los Angeles.

“Mas quem somos nós? O que é Hollywood? Eu fui criada nas escolas públicas de Nova Jersey”, discursou a atriz, citando as diferentes origens e nacionalidades de seus colegas do showbiz.
Foi uma crítica elegante e comovente à xenofobia, crescente nos Estados Unidos que serão governados por Donald Trump, que prometeu deportar três milhões de imigrantes e construir um muro separando o país do México. “Se mandarmos todos os estrangeiros embora, não vamos ter nada o que assistir a não ser futebol e artes marciais. E isso não é o que a arte deve ser”, ela prosseguiu.


Streep ainda criticou as atitudes do futuro presidente, como quando ridicularizou um jornalista deficiente em um comício.”Esse exemplo dado por uma pessoa tão poderosa dá permissão a outras pessoas para desrespeitar. A violência incita a violência. O desrespeito incita o desrespeito. Se alguém usa sua posição para fazer bullying, todos nós perdemos.”
Para uma plateia já chorosa, a atriz defendeu a imprensa na era da “pós-verdade”, em que a difusão de notícias falsas pelas redes sociais ganha relevo.
“Precisamos que a imprensa mostre todos esses atos [de Trump]. Peço que a nossa comunidade ajude a proteger os jornalistas, porque precisamos deles mais do que nunca”, continuou Streep, que terminou o discurso lembrando a amiga Carrie Fisher: “Como a minha amiga, a querida princessa Leia, que nos deixou, me disse uma vez: pegue seu coração partido e o transforme em arte”.
Fora o discurso de Meryl, pouco, ou nada, será lembrado do Globo de Ouro. Apresentador da vez, Jimmy Fallon desapareceu.

Em suas poucas interações, o comediante criticou a eleição de Donald Trump em meia dúzia de piadas no monólogo de abertura, ao mesmo tempo em que elogiou o júri do prêmio: “Este é o Globo de Ouro. Um dos poucos momentos em que a América ainda honra o voto popular”.
O oposto do ácido Ricky Gervais, que em 2016 entornou copos de chope e se dirigiu aos poderosos de Hollywood, ali na festa, como “um bando de viciados em remédios e depravados sexuais”.

Com uma exceção: Tracee Ellis Ross, melhor atriz em série de comédia por “Black-ish”, dedicou a estatueta a “todas as mulheres de cor e às pessoas coloridas, cujas ideias nem sempre são consideradas válidas e importantes”.

E Donald Glover, criador do seriado “Atlanta” (FX), também lembrou do “povo que sobrevive” na cidade de Atlanta, palco de protestos raciais.

Abaixo, vídeo em que Trump ridiculariza deficiência física de repórter que o criticou.
