Centenas de microfones à frente do ator-político para presenciar o descumprimento de uma decisão judicial.
O cidadão comum em sua casa, tenta encontrar motivos para respeitar as leis da República, mas só encontra exemplos de bandidagem profissional por parte das mais altas autoridades do país.
O Brasil hoje, tem apenas a cara de República democrática de direito, contudo sua realidade nos remete às piores e mais atrasadas monarquias da África, onde as leis só têm valor quando beneficiam o monarca. A única diferença, é que aqui temos muitos reis, que não passam de políticos comuns, e que fazem o querem com a nossa República. E tudo televisionado para os quatro cantos do Brasil, com a narração e comentários de algumas das melhores equipes de reportagem do planeta Terra.
Nenhum deles demonstra vergonha, remorso ou sequer, um pingo de respeito com o país. Não importa quantas pessoas protestem nas ruas, na internet ou onde quer que seja, os bandidos eleitos pela população despolitizada, sempre estão um passo à frente. Afinal, têm todo nosso dinheiro nas mãos, nossa polícia, e aparentemente, até nossos tribunais em seu poder.
Como se defender? Só conheço uma maneira: virando a mesa.
Paul Sampaio – Autor
No vídeo acima, trecho do Jornal da Cultura de 6 de dezembro de 2016 , destacando que a mesa diretora do Senado ignora decisão de ministro do Supremo e mantém Renan Calheiros na presidência da casa. Além disso, fala da crise entre poderes levanta a questão se houve desrespeito à ordem judicial.
Na bancada, a professora de direito internacional da USP, Maristela Basso, e o historiador e professor da Unicamp, Leandro Karnal.
No vídeo abaixo, o Jornal da Cultura de 6 de dezembro de 2016 completo. Em seguida, matéria do El Pais sobre o prêmio da revista Istoé, em que estavam Moro, Aécio, Alckmin, Temer …
OPERAÇÃO LAVA JATO – Fonte: EL PAIS
Foto de Moro e Aécio rindo juntos eletriza as redes em pleno caos no país
Em meio a crise institucional, juiz sorrindo com políticos tucanos provocou polêmica na Internet
Sérgio Moro, que nas manifestações tingidas de verde e amarelo já ganhou a alcunha de Super-Moro, agora é o Brasileiro do Ano na Justiça. Na noite de terça-feira ele recebeu o prêmio da revista Istoé, em cerimônia realizada em São Paulo. Não foi a primeira honraria concedida ao magistrado de primeira instância, responsável pelos processos da Operação Lava Jato que tramitam em Curitiba. Mas talvez tenha sido a mais polêmica: em certo momento, o juiz foi fotografado conversando animadamente com o senador tucano Aécio Neves (PSDB), sorrisos estampados na face. Completam o retrato, sentados à frente dos dois, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o governador de São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin e o presidente Michel Temer. E tudo isso em meio ao caos institucional que se instaurou em Brasília com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) desafiando o Supremo Tribunal Federal.
Nas redes sociais a imagem viralizou, e deu munição para aqueles que criticam a Lava Jato e Moro por não investigarem os escândalos tucanos com o rigor dedicado aos crimes de petistas. Aécio, por exemplo, foi citado em delações de executivos da Odebrecht e da OAS, além de ter seu nome envolvido em escândalos como o de Furnas. Em um grampo telefônico divulgado pela Justiça, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado chegou a afirmar que caso a Lava Jato continuasse avançando “o primeiro a ser comido vai ser o Aécio”. Em todos os casos ele alega inocência, e os processos se arrastam no Judiciário. Não ajudou a causa do juiz o fato de logo à sua frente estar sentado Temer, cujo partido, repleto de políticos na mira da Justiça, é um dos maiores interessados em desmantelar a investigação comandada pelo juiz. Ou nas palavras do peemedebista Romero Jucá, “estancar essa sangria”.
O PMDB do presidente também foi um dos partidos que patrocinou – ao lado de PT, PSDB e outros – o desmantelamento do projeto das Dez Medidas Contra a corrupção, patrocinado pelo Ministério Público Federal. E pela inserção no pacote de uma medida que prevê punição a juízes, promotores e procuradores que cometam “abuso de autoridade”. Aécio foi um dos senadores que votou pela urgência na votação do projeto do Senado, que acabou não vingando. A manobra fez com que a força-tarefa da Lava Jato ameaçasse renunciar coletivamente caso o pacote fosse aprovado nestes moldes, e o próprio Moro criticou as alterações. Presentes na cerimônia, mas ausentes na polêmica foto, também estavam o chanceler José Serra (PSDB), o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes (PSDB), e o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).
Uma foto ao lado de Doria tirada no início do ano em um evento de empresários organizado pelo tucano também deu origem a especulações e acusações de que o juiz estaria muito à vontade ao lado de políticos do PSDB. A Moro lhe cai a cobrança do provérbio “à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Na Justiça, não basta ser sério. É preciso parecer sério.
Fonte do vídeo: E Agora, Brasil? com Sérgio Moro – Corrupção e Lava-Jato / O GLOBO e CNC