Duelo entre Corinthians e Palmeiras chega ao seu centenário em 2017.
Veja histórias de jogos, ídolos e fatos que marcaram a rivalidade do dérbi paulistano.
Confira o que Evair, Marcelinho, Vanderlei Luxemburgo, Zé Maria, Ademir da Guia e outros heróis têm a dizer.
Fonte: ESPECIAL FOLHA de SÃO PAULO
De um confronto entre equipes amadoras nasceu a maior rivalidade do futebol paulista. Em 2017, ela completa cem anos.
“É o Bin Laden invadindo as Torres Gêmeas”, define o ex-meia do Corinthians Marcelinho Carioca. “Esse é o jogo mais importante, com certeza é o nosso maior rival”, afirma Evair, ex-atacante do Palmeiras.
Nesta quarta-feira (22), às 21h45, Corinthians e Palmeiras disputam o primeiro clássico do ano do centenário.
1 – NASCE O DUELO
DO DESENCONTRO À RIVALIDADE
Antes de se tornarem rivais, o Corinthians, fundado em 1910, e o Palmeiras, de 1914, ainda como Palestra Itália, passaram cerca de três anos sem um único jogo entre eles. O primeiro clássico só aconteceu em 1917.
Na época, o futebol paulista vivia momento de cisão. Os dois times não jogavam os mesmos campeonatos.
Eram disputados dois torneios principais em São Paulo. Um organizado pela LPF (Liga Paulista de Futebol), da qual o Corinthians fazia parte, e outro pela Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos), que contava com a presença do Palestra e do Paulistano, o melhor clube daquele período.
Em 1917, as duas entidades se uniram na organização de um único campeonato. O Corinthians era bicampeão pela LPF (1914 e 1916) e o Paulistano era tetra (1905, 1908 e 1913 e 1916) pela Apea. Já o Palestra disputava o torneio pela segunda vez, em busca do título inédito.
Antes do tão aguardado confronto, um fato apimentou o duelo: a troca de clubes protagonizada por Bianco Spartaco Gambini.

Bianco era um zagueiro habilidoso. Foi titular do elenco corintiano que venceu o Paulista-1914. No ano seguinte, disputou o torneio pelo Mackenzie e, ao mesmo tempo, jogou amistosos por Corinthians e Palestra Itália.
Na época, o jogador podia atuar na equipe que quisesse desde que não trocasse de time no meio do campeonato.

Em 1916, Bianco, de origem italiana, decidiu jogar apenas pelo Palestra, o que, de acordo com historiadores de futebol, pode ser interpretado como embrião da rivalidade.
“Os corintianos levaram o ato como traição. É o primeiro indício desse estremecimento entre as agremiações”, afirma Fernando Wanner, historiador do Corinthians.
PRIMEIRA VEZ
Tratado pelo jornal “Correio Paulistano” como “uma das partidas mais ansiosamente esperadas no atual campeonato”, devido à qualidade dos dois elencos, o confronto entre Palestra Itália e Corinthians foi, enfim, disputado pela primeira vez no dia 6 de maio de 1917.
Torcedores das duas equipes, sentados lado a lado, lotaram o Parque Antárctica numa tarde de domingo.

Relatos da época dão conta de um primeiro tempo com alguns lances violentos. Gol que é bom, nada.
Na segunda etapa, o Palmeiras pressionava, mas parava nas mãos do goleiro Achiles Russo.
A atuação destacada do arqueiro, porém, não foi suficiente para segurar o ponta direita palestrino Caetano Izzo, que marcou três gols, nos minutos 18, 25 e 39 do segundo tempo. Assim, garantiu o 3 a 0 contra o Corinthians no jogo que entraria para a história como o primeiro dérbi.

O Paulista de 1917 terminou com o título do Paulistano, o então time a ser batido. Palestra Itália e Corinthians ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Para superar o pentacampeão, corintianos e palestrinos se fortaleceram e proporcionaram grandes embates dentro e fora do campo.
Um exemplo ocorreu logo no ano seguinte ao do primeiro dérbi, na partida de inauguração da Ponte Grande, o primeiro estádio corintiano.

Um fato extracampo marcou aquela disputa em 1918. Antes de a bola rolar, atletas corintianos almoçavam em um restaurante do centro de São Paulo quando um objeto arrebentou a janela do lugar, assustando a todos.
Era um osso. Amarrado nele, havia bilhete de torcedores: “O Corinthians é canja para o Palestra”. Após o empate em 3 a 3, os corintianos escreveram o seguinte no artefato: “Esse osso era para a canja. Mas não cozinhou por ser duro demais”.
O osso está guardado no Memorial do Corinthians, no Parque São Jorge.

Na década seguinte, nos anos 1920, Palestra Itália e Corinthians viram suas torcidas aumentarem cada vez mais, principalmente com os cinco títulos corintianos (1922, 1923, 1924, 1928 e 1929) e os três palestrinos (1920, 1926 e 1927).
A História dos Brasões
Série ‘Corinthians x Palmeiras: 100 anos’
Copilação da Bauru TV a partir do ESPECIAL FOLHA de SÃO PAULO sobre os 100 anos do clássico
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Fonte: ESPECIAL FOLHA de SÃO PAULO
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CRÉDITOS do ESPECIAL da FOLHA
Banco de Dados – Reportagem: Alberto Nogueira, Cristiano Cipriano Pombo, Luiz Carlos Ferreira e Jair dos Santos Cortecertu / Pesquisa: Alberto Nogueira, Cristiano Cipriano Pombo, Edgar Silva, Raphael Hernandes, Luiz Carlos Ferreira e Jair dos Santos Cortecertu / Núcleo de Cidades – Edição textos: Naief Haddad, Paulo Passos e Raphael Hernandes / Colaboração: Luis Curro / Núcleo de Imagem – Coordenação de Arte: Fernanda Giulietti, Fernando Sciarra, Kleber Bonjoan e Thea Severino / Produção: Eduardo Asta, Melina Cardoso e Fernando Sciarra / Fotografia e vídeo: Avener Prado, Eduardo Anizelli, Fabio Braga, Giovanni Bello, Joel Silva e Victor Parolin / Animação:VAPOR 324 ( Fabio Riff, Fabrizio Lenci, Rodrigo Oliveira, Thomas Frenk) / Edição vídeo: Diego Arvate / Infografia: Maicon Silva e Thiago Almeida / Design e Desenvolvimento: Angelo Dias, Pilker, Rubens Alencar e Thiago Almeida /Agradecimentos: Fernando Wanner (historiador do Corinthians), Miro Moraes (historiador do Palmeiras), Bernardo Buarque de Hollanda (professor do CPDOC da FGV) e Salvo Alves de Menezes Jr.