“Nossa vulnerabilidade (para o ressentimento), é inevitável (e provavelmente incurável) em um tipo de sociedade em que uma relativa igualdade de direitos políticos e outros, que formalmente reconheceu a igualdade social, mas que anda de mãos dadas com enormes diferenças de poder genuíno, posses e educação; Uma sociedade em que todos “têm o direito” de se considerar igual a todos os outros, ao mesmo tempo que são desiguais entre eles.”
Zygmunt Bauman [parafraseando o ponto de vista de Max Scheler ], p. 25.
Fonte: Wikiquote (em inglês)
Intelectual foi um dos mais importantes do século XX e ficou conhecido como criador do conceito de ‘modernidade líquida’. Ele é autor de ‘Amor líquido’ (2003).
Zygmunt Bauman
sociólogo polonês
(Poznań, 19 de novembro de 1925 – Leeds, 9 de janeiro de 2017[2])
Fonte: Wikiwand
Biografia
Nascido em uma família de judeus poloneses não praticantes, ele e seus familiares transferiram-se para a União Soviética após a invasão e anexação da Polônia (1939) por forças alemãs e soviéticas (então aliadas nos termos do Tratado Germano-Soviético).
Durante a Segunda Guerra Mundial, Bauman serviu ao Primeiro Exército Polonês, controlado pelos soviéticos, atuando como instrutor político. Participou das batalhas de Kolberg (atual Kołobrzeg) e de Berlim. Em maio de 1945, foi condecorado com a Cruz de Valor. Conheceu sua esposa, Janine Bauman, nos acampamentos de refugiados polacos.[3]
Ao longo dos anos 1940 e 1950, Bauman foi um entusiasmado militante do Partido Operário Unificado Polaco, o partido comunista da Polônia. Segundo o Instituto da Memória Nacional da Polônia, entre 1945 e 1953 Bauman era oficial do Corpo de Segurança Interna (em polonês, Korpus Bezpieczeństwa Wewnętrznego, KBW), uma unidade militar especial formada na Polônia, sob o governo stalinista, para combater os ucranianos nacionalistas insurgentes e os remanescentes do Armia Krajowa, a principal organização da resistência da Polônia à ocupação do país, durante a Segunda Guerra.[4]Mais tarde, entre 1945 e 1948, Bauman trabalhou para a inteligência militar, embora a natureza e a extensão de suas atividades sejam desconhecidas, assim como as circunstâncias sob as quais que ele abandonou tais atividades.[4]
Durante uma entrevista ao jornal The Guardian, Bauman confirmou ter sido um devotado comunista – durante e depois da Segunda Guerra – e nunca ter feito segredo disso. Admitiu que ingressar no serviço de inteligência militar aos 19 anos tenha sido um erro, apesar de só ter realizado tediosas atividades burocráticas e jamais ter dado informações sobre alguém.[5]
Enquanto servia no KBW, Bauman também estudava sociologia na Academia de Política e Ciências Sociais de Varsóvia. Mas, em 1953, já no posto de major, foi subitamente excluído do KBW – e de maneira desonrosa -, depois que seu pai se aproximou da embaixada israelense em Varsóvia, com vistas a emigrar para Israel. Uma vez que Bauman não compartilhava absolutamente das ideias sionistas do pai , sendo, de fato, francamente antissionista, sua demissão causou um severo, embora temporário, distanciamento do pai. Durante o período em que ficou desempregado, decidiu completar seu mestrado e, em 1954, tornou-se professor assistente na Universidade de Varsóvia, onde permaneceu até 1968. Inicialmente, Bauman se manteve próximo à ortodoxia marxista mas, influenciado por Antonio Gramsci e Georg Simmel, tornou-se crescentemente crítico ao governo comunista da Polônia. Passaria então a trabalhar, com outros acadêmicos da Universidade, numa concepção humanista do marxismo. De todo modo, Bauman sempre se declarou socialista e, nos seus últimos anos de vida, dizia que, mais do que nunca, o socialismo é necessário ao mundo.[3]
Submetido a uma crescente pressão política, conectada ao expurgo conduzido por Mieczysław Moczar, chefe do Służba Bezpieczeństwa, o Serviço de Segurança polonês, Bauman renunciou à sua filiação ao Partido Operário Unificado em janeiro de 1968. Os eventos de março de 1968 na Polônia culminaram com um expurgo que levou muitos comunistas poloneses de ascendência judia a sair do país. Bauman, que havia sido demitido da Universidade de Varsóvia, estava entre eles. Para deixar o país, teve que abdicar de sua cidadania polonesa. Primeiramente foi para Israel, para lecionar na Universidade de Tel Aviv. Em 1971, aceitou um convite para ensinar sociologia na Universidade de Leeds. Desde então, seus trabalhos passaram a ser publicados quase que exclusivamente em inglês, e sua reputação cresceu exponencialmente.
Em 2011, durante entrevista concedida ao semanário polonês Polityka, Bauman criticou Israel e o sionismo, dizendo que Israel não estava interessado na paz mas somente em “se aproveitar do Holocausto para legitimar atos inadmissíveis”. Comparou o Muro da Cisjordânia aos muros do Ghetto de Varsóvia, onde centenas de milhares de judeus morreram. O embaixador israelense em Varsóvia, Zvi Bar, qualificou os comentários de Bauman como “meias verdades” e “generalizações infundadas.”[6]
Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês, morre aos 91 anos
Intelectual foi um dos mais importantes do século XX e ficou conhecido como criador do conceito de ‘modernidade líquida’. Ele é autor de ‘Amor líquido’ (2003); causa não foi divulgada.
Fonte: G1 – 09/01/2017
Sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, criador do conceito de modernidade líquida e considerado um dos principais intelectuais do século XX, morreu nesta segunda-feira (9) em Leeds, na Inglaterra, aos 91 anos, informou o jornal “Gazeta Wybocza”. A causa da morte não foi divulgada.
Em seus livros como “Amor líquido” (2003), Bauman discutiu como as relações da sociedade tendem a ser menos frequentes e duradouras. Esse conceito da “modernidade líquida”, para ele, valia para campos tão distindos como arte, relacionamentos, economia e política, por exemplo.
Ele trabalhava como sociólogo e professor emérito de sociologia na Universidade de Leeds havia mais de 30 anos. Sua obra se caracterizou por uma visão crítica da sociedade pós-moderna e globalizada.
Ao longo de sua carreira como escritor, que iniciou na década de 1950, Bauman desenvolveu uma sociologia crítica e emancipadora. Abordou temas como as classes sociais, o socialismo, o Holocausto, a hermenêutica, a modernidade e a pós-modernidade, o consumismo e a globalização.
Dentre suas obras já publicadas no Brasil, destacam-se “Modernidade líquida”, “Amor líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos”, “Vida líquida”, “Tempos líquidos”, “Globalização – As consequências humanas”, “O mal-estar da pós-modernidade”, “Vidas desperdiçadas”, “Europa, uma aventura inacabada” e “Ética pós-moderna” e, “Tempos líquidos”.
Entre outros prêmios e reconhecimentos, Bauman foi agraciado com o Prêmio Amalfi de Sociologia e Ciências Sociais (1992), o Theodor W. Adorno (1998) e o Príncipe de Astúrias de Comunicação (2010).
Em seu livro mais recente, “Obcym u naszych drzwi”, publicado em 2016, o professor discutiu a crise da imigração mundial e o pânico por ela causado. A última obra de Bauman traduzida para o português foi “A riqueza de poucos beneficia todos nós?”, lançada em 2015.
Perfil
Zygmunt Bauman nasceu em Poznan, Polônia, em 1925, em uma família judia. Em 1939, mudou-se com a família à União Soviética fugindo dos nazistas. Mas tarde, após alistar-se no exército polonês no front russo, retornou ao seu país de origem, onde durante anos deu aulas de filosofia e sociologia na Universidade de Varsóvia.
Com 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, do qual fez parte até 1967. Durante três anos, serviu no chamado “exército interior”, a força encarregada de “reprimir o terrorismo no interior do país”.
Ao longo de 15 anos, Bauman sofreu a perseguição dos serviços secretos poloneses. Chegou a ser expulso da universidade e foi proibido de publicar livros e artigos.
Em 1968, por causa de perseguição a judeus, tanto ele como sua esposa, Janina, perderam seu trabalho na Polônia, e se viram obrigados a exilar-se em Israel, onde Bauman começou a dar aulas na Universidade de Tel Aviv.
Após trabalhar como professor de sociologia nos Estados Unidos e no Canadá, em 1971 ele finalmente se transferiu para a Inglaterra e se fixou como professor na Universidade de Leeds.
Zygmunt Bauman | |
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Nascimento | 19 de novembro de 1925 Poznań, ![]() |
Morte | 9 de janeiro de 2017 (91 anos) Leeds, ![]() ![]() |
Nacionalidade | ![]() ![]() |
Cônjuge | Janina Lewinson-Bauman |
Filho(s) | 3 filhas:[1] Anna (matemática) Lydia (pintora) Irena (arquiteta). |
Ocupação | sociólogo |
Influências |
Karl Marx · Theodor Adorno · Jacques Derrida · Antonio Gramsci · Georg Simmel · Stanisław Ossowski |
Magnum opus | O Mal-Estar da Pós-Modernidade ·Modernidade Líqüida |
Escola/tradição | Filosofia continental ·Marxismo · Pós-modernismo |
“Para imitar Sócrates ” significa, em outras palavras, a firme recusa de imitação; Recusar a imitação da pessoa “Sócrates” – ou qualquer outra pessoa, por mais digna que seja. O modelo de vida escolhido por Sócrates, cuidadosamente composto e laboriosamente cultivado por si próprio, poderia perfeitamente se adequar ao seu tipo de pessoa, mas não seria necessariamente adequado para todos aqueles que se comprometeram a viver como Sócrates. Uma imitação servil do modo específico de vida que Sócrates construiu por conta própria, e ao qual permaneceu sem hesitar, permanentemente leal, equivaleria a trair seu legado, a rejeitar sua mensagem – uma mensagem chamando as pessoas em primeiro lugar ‘para ouvir a sua própria razão’, e chamando assim para a ‘autonomia individual e responsabilidade’. Tal imitação poderia servir para uma copiadora ou um ‘scanner’, mas nunca resultará em uma criação artística original, que (como Sócrates sugeriu) a vida humana deve se esforçar para se tornar.
Zygmunt Bauman P. 79.
Fonte: Wikiquote (em inglês)