Ator e cineasta discute política cultural para o cinema brasileiro e ainda fala da polêmica que envolve seu filme Chatô, o rei do Brasil .
A entrevista é do ano 2000, contudo o filme começou a ser produzido em 1995, com previsão de lançamento para 1997, e depois adiado para 1999, ano em que foi interrompido.[6][7]
O material foi engavetado devido à suspeita de que, na primeira tentativa de lançar-se como diretor, Guilherme Fontes tenha se envolvido em um grande escândalo de mau uso de verbas governamentais destinadas ao cinema e à cultura. O filme só foi concluído em 2015.[8]
Chatô, o Rei do Brasil é um filme brasileiro, dirigido e produzido por Guilherme Fontes, com roteiro baseado na obra homônima de Fernando Morais.
“Chatô” traz uma versão romantizada da vida de Assis Chateaubriand, magnata da comunicação e fundador dos Diários Associados.[2][3] No longa, ele é interpretado por Marco Ricca, identificando traços de personalidade como o cinismo e o deboche, além de seu lado mulherengo e extrovertido.[4] A vida de Chateaubriand é analisada a partir de um AVC, que o faz delirar com um julgamento transmitido pela TV em pleno horário nobre de domingo, onde antigos amores e desafetos se unem para o acerto de contas.[5]
Guilherme Fontes buscou inspiração no clássico Cidadão Kane, de Orson Welles; em Martin Scorsese, Federico Fellini e no Cinema Novo.[7][9]
Elenco
- Marco Ricca…. Assis Chateaubriand[10]
- Andréa Beltrão…. Vivi Sampaio
- Paulo Betti…. Getúlio Vargas[11]
- Leandra Leal…. Lola
- Eliane Giardini…. Consuelo
- Gabriel Braga Nunes…. Carlos Rosemberg
- Letícia Sabatella…. Maria Eudóxia
- José Lewgoy…. Afrânio
- Zezé Polessa…. 1ª sogra de Chateaubriand
- Liliana Castro…. Ingrid Borgoin

Personagens Ficcionais
Dois importantes personagens do filme são ficcionais: Vivi Sampaio, que reúne muitas características de Aimée Soto-Maior de Sá, figura da sociedade carioca, e Rosemberg que espelha, principalmente, a figura de Samuel Wainer, fundador do jornal “Última Hora“.[18]
Prêmios
Grande vencedor do Premio ABC de 2016, levando os 4 prêmios concedidos a longa- metragens:[1]
Melhor Direção de Fotografia em Longa-Metragem – José Roberto Eliezer, ABC
Melhor Direção de Arte em Longa-Metragem – Gualter Pupo
Melhor Montagem em Longa-Metragem – Felipe Lacerda e Umberto Martins, ABC
Melhor Som em Longa-Metragem – Mark van der Willigen, Pedro Lima, Sérgio Fouad e Marcelo Cyro
Chatô, o Rei do Brasil |
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![]() 2015 • cor • 102 min |
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Direção | Guilherme Fontes |
Produção | Guilherme Fontes Filmes |
Roteiro | João Emanuel Carneiro Matthew Robbins Guilherme Fontes |
Baseado em | Chatô, o Rei do Brasil (livro de Fernando Morais) |
Elenco | Marco Ricca Andréa Beltrão Paulo Betti Leandra Leal Eliane Giardini Gabriel Braga Nunes |
Gênero | Comédia |
Lançamento | 19 de novembro de 2015 |
Idioma | Português |
Orçamento | R$ 8.641.000[1] |
O caso Chatô
Em 22 de fevereiro de 2008 a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou que Fontes e Yolanda Machado Medina Coeli, sócios proprietários da Firma Guilherme Fontes Filme Ltda, devolvessem aos cofres públicos o valor de R$ 36,5 milhões. A auditoria da CGU concluiu pela “irregularidade” das contas. O processo foi instaurado pela Ancine do Ministério da Cultura.[12]
Condenação
O ator e diretor Guilherme Fontes foi condenado a três anos, um mês e seis dias de reclusão por sonegação fiscal pela juíza da 19ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Denise Vaccari Machado Paes.[13]
Fontes, no entanto, não será preso; por decisão judicial, a pena foi convertida em trabalho comunitário de sete horas semanais – pelo mesmo período -, além do pagamento de 12 cestas básicas de R$ 1 mil para instituições sociais no Rio de Janeiro.[6]
A sentença é de 8 de março de 2010, mas só foi publicada no dia 8 de abril e veiculada pela mídia em 27 de abril. No dia 19, o ator entrou com recurso questionando a decisão.
A ação judicial refere-se ao ano de 1995, quando a empresa de Fontes – a Guilherme Fontes Filmes Ltda – iniciou a captação de recursos para a produção do longa-metragem “Chatô – O Rei do Brasil”, primeiro filme dirigido por ele e que demorou vinte anos para ser concluído.[14][15]
Em 2014, Fontes foi mais uma vez condenado e teria que devolver R$ 66,2 milhões aos cofres públicos. Em nota, o ator informou que pretendia recorrer da decisão do tribunal. “Aos amigos e aos fãs respondo mais uma vez: lutarei contra toda e qualquer violência contra minha pessoa. E esta me parece ser mais uma. Mas vamos falar de flores: antes do Natal, iniciaremos o lançamento do filme. A partir de dezembro inicio o primeiro dos 10 previews oficiais que faremos em todo o Brasil”, disse Fontes. Além dos R$ 66,2 milhões, o ator teria que pagar uma multa de R$ 5 milhões.[16][17]